Enamorados. part.2


Namoro, bem, acho que vou incomodar um pouco os leitores com aquilo que vou falar nesse post, mas como diria provérbios: "mas valem as feridas feitas por amor do que os beijos que só bajulam."
Porque incomodar? Bem, eu acredito que o conceito de namoro e sua finalidade estão um pouco banalizados na igreja hoje em dia. A palavra de Deus nos ensina a não nos conformarmos com esse mundo, a não nos adequarmos aos procedimentos das pessoas que não andam com Deus e tem valores deturpados. Por ter crescido na igreja, ter um namoro bacana a 5 anos, estar prestes a casar e ainda estar ativamente envolvido com o cuidado de pessoas, a maioria das pessoas acham que eu sempre estive bem com Deus, bem na área de relacionamento afetivo, e que engloba também, estar bem na área sexual. Porém, somente quem me conheceu antes dos meus 18 anos é que sabe que não é bem assim, e que eu tinha tudo pra dar errado na vida e nunca me casar (ainda conto essa história por aqui). A restauração de Deus na minha vida foi profunda e trabalhosa, e por isso, depois dela, o Pai enviou pessoas e mais pessoas com problemas nessas áreas para que eu pudesse ajudar a vencer, e sim, a grande maioria cristãos. O que concluo a partir de tantas coisas que ouvi até hoje, é que quando o crente começa a namorar, ele mistura numa mesma panela um pouco do que ele aprendeu ao longo da vida, um pouco do que ele acredita ser o ideal, um pouco do que ele aprende na igreja, um pouco do que ele vê nos amigos e um pouco do que aprendeu com Hollywood, Projac e afins.

Que tal começar a falar do que o namoro não é?

Nossos pastores são sábios, mas por eles pegarem leve e não imporem nada nesse sentido, as recomendações deles acabam passando batido. Não, namoro não é uma época de envolvimento físico. e fica o alerta deles: quanto mais envolvimento físico tiver, e não estou falando apenas de relação sexual, mas de qualquer tipo de contato que transceda um abraço amoroso, menos saudável será o relacionamento.
Amigos, acreditem, perdi a conta de quantos amigos que me procuraram para confessar a culpa por terem transado com suas namoradas, e todos, sem exceção, não pretendiam chegar nesse ponto. Começaram com um beijinho mais prolongado, um abraço mais demorado, um carinho mais íntimo. Muitos desses amigos, hoje, estão casados, mas se casaram com o gosto amargo de terem queimado etapa, de terem burlado um princípio bíblico. Tantos outros romperam seus namoros, levando corações fragmentados e estilhaçados. Daí, eu pergunto, onde aprendemos isso? Quem ou o que moldou em nós o conceito de como deve ser o contato físico durante o namoro? Pensemos amigos, pensemos. Da onde veio nosso manual de instruções da relação a dois? Não estou dizendo tudo isso de forma hipócrita. Já fui tentado também, mas Deus foi tão misericordioso comigo e com minha noiva, que nos deu uma consciência muito sóbria sobre tudo isso. Nós temos hoje um namoro sem nenhum peso na consciência porque nós evitamos o contato físico que ultrapasse os limites de um abraço carinhoso e um singelo selinho. Sim, isso mesmo, e para aqueles que digam que somos quadrados demais, eu afirmo que já procedemos diferente, com beijos mais hollywoodianos, mas foi justamente nessa época que eu fui mais tentado. Daí fica a dica, quem quiser aproveitar o que o namoro realmente é, se não quisermos pecar, o melhor a se fazer é evitar a tentação. Óbvio né? Insisto, antiquado demais? Bem, a imensa lista de amigos que nos procuraram, pessoas que hoje os mais novos na igreja vêem até como referência, atuantes no ministério e tal, atingiu o ponto do contato sexual com suas namoradas/os justamente por conta da tolerância dos pequenos contatos físicos que estimulam ir adiante.

Bem, diante disso, defino aqui rapidamente o que é o namoro pra mim.

Um tempo de conquista do sexo oposto visando gerar laços profundos de amizade, que vão resultar em companheirismo, suporte, confiança e um ambiente perfeito para ser quem realmente se é, sem precisar de máscaras. Uma época de buscar a Deus juntos, entender o que Ele quer para cada um e para os dois como casal. Época de descobrir onde os dois podem servir e cuidar de pessoas. Um tempo de baixar a guarda, engolir o orgulho e pensar no outro como mais importante do que si mesmo. O namoro como base de uma futura vida a dois, é o melhor relacionamento para se praticar o amor deixado como modelo na bíblia, o amor que dá a vida pelo bem alheio, o amor abnegado que não busca seus próprios interesses justamente por causa dos interesses da outra parte.
Se mandarmos bem nesse princípio no nosso relacionamento mais íntimo, com certeza vamos mandar bem também com as outras pessoas, e assim, o Reino de Deus será ampliado e conhecido como um reino de amor.

Eduardo Santana

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