Amigos, uma rápida reflexão, talvez retórica para alguns.
Buscamos as realizações temporárias dessa terra simplesmente porque não pensamos na vida que nos aguarda na eternidade.
Queremos ser promovidos, ganhar mais, trocar de carro, mudar de casa, comprar roupas de marca, porque achamos que isso é Deus nos prosperando.
Mas quantos que se dizem cristãos teriam coragem de dar a "segunda capa" para quem não tem e ficar com apenas uma? Quantos que já tem uma vida estabilizada teriam coragem de investir seu recente aumento de salário em cestas básicas para quem não tem nada? Ora, a primeira coisa que pensamos quando recebemos um aumento é o que poderemos comprar que não podíamos antes.
Quantos seguidores de Jesus escolheriam viver apenas com o básico, assim como ele, pra que muitos famintos, que estão muito mais próximos do que imaginamos, pudessem comer?
Esse é o Evangelho que eu acredito, porém, o que percebo, é que muitos irmãos de fé parecem ter aversão a ele. Renunciam e doam apenas o suficiente para aliviar suas consciências. Ofertas, dízimos, aquilo que a Bíblia exige.
Jesus chamou o servo que faz apenas o que lhe é exigido de servo inútil.
Será que é tão necessário assim trocar de casa, quando Hebreus diz que não temos aqui cidade alguma?
Será que é tão necessário assim comprarmos um carro melhor, enquanto Pedro nos diz que somos peregrinos e forasteiros, e enquanto Paulo nos exorta a sermos como quem nada possui?
Qual a sua reação, dentro do seu carro, quando um menor de rua vem até sua janela no semáforo pedir uma moeda? Você se incomoda?
Nas favelas e nos cortiços, existem trabalhadores íntegros, leais e esforçados que mal ganham o necessário pra si e têm quatro ou cinco pessoas para sustentar. Você apenas sente dó e lamenta?
Enquanto você come "o melhor dessa terra", será que sua consciência é capaz de permanecer tranquila, se você parar pra pensar que existem pessoas que, nesse exato momento, estão catando no lixo a sua única refeição do dia?
O que você pode fazer a respeito?
Orar? Simples orações vão matar a fome alheia ou apenas te deixar mais espiritual?
Anseio e acredito numa igreja cheia de pessoas que se amam, se cuidam, se discipulam, não andam sozinhos e optam por uma vida simples, abnegada, vivendo apenas com o necessário, e que buscam o necessitado.
Procuram afoitamente por pessoas com quem possam partilhar o muito que recebem de Deus, e não se conformam com a necessidade alheia.
A eternidade está às portas, e o critério de como entraremos nela não será o que temos ou o que fazemos, mas o que doamos.
Eduardo Santana
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